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Alzheimer: qual sua relação com a perda auditiva?

De acordo com pesquisadores da Universidade John Hopkins e do Instituto Nacional sobre Envelhecimento, há evidências de que o cérebro de uma pessoa com perda auditiva, quando não recebe a ajuda adequada, pode acelerar o processo normal do envelhecimento e aumentar o risco de desenvolver demência. Esse time de neurocientistas investigou 639 pessoas com e sem perda auditiva realizando vários exames e testes durante aproximadamente 12 anos. Mesmo depois de levar em conta outros fatores que estão associados com o risco de demência, incluindo diabetes, pressão arterial elevada, idade, sexo e raça, a perda auditiva e a demência ainda estavam fortemente relacionadas. Os voluntários que tinham perda auditiva no início do estudo eram significativamente mais propensos a desenvolver demência no final. Em comparação com os voluntários com audição normal, quanto maior o grau da perda auditiva maior o risco de desenvolver a doença de Alzheimer, que acomete boa parte dos idosos.

A relação entre perda de audição e demência é explicada pelo fato de que a primeira causa um esforço para que a pessoa entenda os sons, o que pode sobrecarregar o cérebro e afetar as funções cognitivas, deixando-o mais vulneráveis à demência. Já se sabe que a perda auditiva não tratada pode levar a atrofia cerebral, que afeta particularmente as regiões do cérebro responsáveis pelo processamento do som e da fala, como consequência da falta de estimulação do córtex auditivo. As mesmas regiões também desempenham um papel importante na memória e integração sensorial e estão envolvidos na doença de Alzheimer. Além de causar um esgotamento das capacidades mentais, a perda auditiva também leva ao isolamento social. Os autores do estudo comentam que muitas pessoas ignoram a perda auditiva, por ser um processo lento e insidioso à medida que envelhecemos, mas as pesquisas têm mostrado que os efeitos negativos da perda não tratada podem ser muito mais sérios.

A boa notícia é que a perda auditiva pode ser prevenida e praticamente resolvida com a tecnologia atual dos aparelhos auditivos, implantes cocleares e outras intervenções de reabilitação focada na otimização da audição, o que deve ser visto como mais uma alternativa na prevenção e tratamento das demências. Já se sabe que aquisição de conhecimentos cria novas conexões entre os neurônios e aumenta a reserva intelectual. Assim, o uso contínuo das capacidades cerebrais por meio de aparelhos auditivos e estímulos intelectuais, além de exercícios físicos e dieta adequada, não importa o ambiente, se familiar ou em Casa De Repouso, podem aumentar a reserva cognitiva e ajudar a retardar o aparecimento do Alzheimer.

Fonte: Maura Laureano – Fonoaudióloga da Fonec

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